O estudo das gerações não é uma ciência precisa e consensual. Há divergências em relação às datas exatas que limitam cada geração, porque há forte influência de uma geração sobre a outra, principalmente nas transições. Ainda assim, a análise das gerações (ver imagem abaixo) pode ser muito útil para compreensão das tendências de comportamento dos indivíduos de cada geração como forma de traçar estratégias acertadas de aprendizado.
No caso da educação, a maior parte das crianças e adolescentes em idade escolar pertencem à geração Alpha, ou seja, é formada por indivíduos que nasceram entre 2010 e 2025. Essa geração é considerada muito importante pois quando todos os indivíduos tiverem nascido até 2025, a geração Alpha chegará a mais de 2 bilhões de pessoas e será a maior geração da história do mundo. Essa geração será responsável por ditar as tendências de comportamento, consumo e aprendizado nas próximas décadas. É justamente por isso que é importante entender a Geração Alpha porque ela fornece uma lente para enxergar o que está por vir.
A geração Alpha, assim como aquelas que a procederam, possui características únicas e peculiares com relação a forma com que se relacionam com o mundo - e também com relação à forma com que aprendem. Nós vamos explorar algumas das principais características que a diferem das gerações anteriores (Z, Y e X). Por motivos didáticos, a apresentação das características será realizada em tópicos:
1. Tecnologia
A Geração Alpha é a primeira geração de crianças a ser moldada integralmente na era dos dispositivos digitais portáteis. Os smartphones com iOS e Android foram lançados respectivamente em 2007 e 2008. Em outras palavras, para muitas crianças da geração Alpha as “chupetas” não foram um chocalho ou um molho de chaves, mas um smartphone ou tablet.
É possível perceber que as tecnologias que moldaram as gerações anteriores são gradualmente substituídas por novas formas de interação. A internet de alta velocidade (5G), gamificação e os assistentes virtuais como Siri e Alexa estão entre algumas das tecnologias que vão definir a forma de consumo digital das novas gerações.
2. Tempo de Tela
Com relação ao tempo de tela, as crianças despendem bastante tempo em telas atualmente para fins de entretenimento e educação. Um relatório recente da CDC americana apresentou a média diária de consumo de telas por faixa etária. Os números apresentados abaixo incluem todas as telas (smartphones, tablets, videogames, TV, e computadores), mas não incluem o tempo gasto em telas para trabalhos escolares.
8-10 anos de idade: 6 horas por dia
11-14 anos de idade: 9 horas por dia
É interessante perceber que ao mesmo que aconteceu aumento no consumo de telas pelas crianças brasileiras, os pais brasileiros diminuíram o controle sobre essa atividade. A proporção de pais que estipulam um limite máximo de tempo de uso por dia do smartphone para os filhos caiu de 72% em 2020 para 65% em 2021.
O acesso das crianças ao smartphone acontece cada vez mais cedo. Uma pesquisa realizada em 2021 indica que em famílias cujos pais têm smartphone, praticamente metade (49%) das crianças brasileiras de 0 a 12 anos têm um smartphone próprio. Em 2020, esse número era de 44%. Essa mesma pesquisa indica que mais de 90% das crianças entre 7 e 12 anos já pediram um smartphone de presente para os pais.
Em outro artigo, nós comentamos sobre quanto tempo de tela é saudável para crianças. Vale a pena a leitura também.
3. Consumo de Internet
Há poucos dados com relação ao consumo de internet para a geração Alpha por ser um formada por indivíduos abaixo de 13 anos e existirem restrições quanto à obtenção de dados dessa faixa etária. A geração anterior (Z), entretanto, já é uma ávida consumidora de conteúdo online. Pesquisas recentes indicam que os integrantes da geração Z já despendem 10,6 horas por dia no consumo de conteúdo online. A tendência é de crescimento se considerarmos a média brasileira de acesso a internet. Um levantamento realizado em janeiro desse ano (2022) com adultos indica que o brasileiro passa cerca de 91 horas online por semana. É o equivalente a uma média de 13 horas por semana. Esse número torna o Brasil uma das populações mais conectadas no mundo.
A geração Alpha deve seguir o exemplo tanto da geração anterior (Z) quando dos adultos brasileiros e também se tornar uma geração ávida pelo consumo de conteúdo online. A chegada da internet 5G deve contribuir para a manutenção - e provável aceleração - desse padrão de consumo de internet.
4. Consumo de Esportes
O crescimento no consumo de telas e de internet, citados acima, promove uma transformação significativa também nos hábitos de consumo de esportes. No Brasil, há um crescimento significativo na prática e consumo de eSports. Para quem ainda não está familiarizado com o termo, os eSports consistem nas competições disputadas por meio de jogos digitais em que os jogadores atuam como atletas profissionais de esportes tradicionais e são assistidos por uma audiência presencial e/ou online, através de diversas plataformas de streaming online ou mesmo TV.
Os eSports já são uma realidade tanto que o Brasil já é uma das maiores audiências no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. É interessante notar que no Brasil hoje, há dois gamers para cada praticante de futebol. E das pessoas que acompanham futebol no País, 24% têm de 10 a 20 anos. Entre as que assistem com assiduidade a algum torneio de eSports o percentual praticamente dobra: 43% na mesma faixa etária. É possível perceber uma mudança de paradigma com relação ao consumo de esportes com os eSports tendo um papel importante na vida da geração Alpha.
5. Consumo de Jogos Digitais
Migrando agora para análise do consumo de jogos digitais, é possível perceber que o tempo de dedicação para jogos digitais cresce conforme a idade. Os números apresentados na imagem abaixo são referentes a uma pesquisa realizada no Reino Unido. Os integrantes da geração Alpha despendem 7h49 por semana em jogos digitais. A dedicação cresce e se aproxima de 10hs para os jovens entre 13 e 18 anos (geração Z).
É interessante perceber ainda, na mesma pesquisa, a indicação de que os jogos digitais já são o hobby mais popular entre jovens de 6 a 18 anos nos Estados Unidos. No Reino Unido e Espanha os jogos digitais são o segundo hobby preferido dos jovens na mesma faixa etária ficando atrás somente de futebol. Essa é uma clara mudança em termos de consumo de jogos digitais e da sua importância como um hábito de entretenimento da geração Alpha.
O que isso muda na escola?
A análise da geração Alpha permite entender as principais tendências de comportamento da nova geração de estudantes e traçar estratégias pedagógicas para melhoria contínua dos processos educacionais da escolas.
Também com base nessa análise, os principais relatórios de tendências educacionais preveem para uma série mudanças no curto e médio prazo. É possível identificar que várias delas estão relacionados com o perfil da geração Alpha aqui traçado. Essas previsões são compartilhadas aqui para sugestão de aplicação nas escolas.
O relatório EDUCAUSE Horizon Report 2022 indica o ensino online e híbrido como uma tendência social nas escolas. Com o aumento do tempo de tela e consumo online de conteúdo, a previsão do relatório é que o ensino online e híbrido torne-se uma realidade cada vez mais presente nas escolas. Em termos de tendência tecnológica, esse relatório aponta o Learning Analytics e Big Data como fortes tendências. A prática pedagógica em formato online e híbrido vai gerar uma grande quantidade de dados relevantes para compreensão dos contextos de aprendizado de cada aluno individualmente.
Já o relatório FUTURE TODAY INSTITUTE: Tech Trends aponta pela quarta vez os eSports e os jogos digitais como forte tendência social. Esses itens, como já apontado acima, estarão cada vez mais presentes no dia-a-dia dos estudantes e potencialmente também farão parte do dia-a-dia da escola. O mesmo relatório aponta para a importância dos jogos educacionais e gamificação como uma forma de promoção de um tempo de tela mais saudável e produtivo para as crianças.
A plataforma Geppetto é uma solução completa de inglês para engajar as novas gerações. Com a Geppetto, a sua escola adota as melhores práticas do ensino de inglês com jogos e gamificação, aprendizagem ativa e adaptativa, além de avaliação da aprendizagem. Tudo que a escola, estudante e pais precisam em um só lugar.
Você ficou curioso para conhecer mais sobre a Geppetto e também acompanhar continuamente o aprendizado dos seus alunos de maneira fácil e intuitiva?! É simples, rápido e fácil testar gratuitamente na sua escola!
Comments